O outro lado do Jet lag

Ásia, madrugada do dia 7 de julho de 2019.

por Hosana Seiffert

A terra gira sobre si mesma numa velocidade de cerca de 465 metros por segundo. Devo confessar que, em meio século de vida, tirando as aulas de ciências, raramente parei para pensar sobre o movimento de rotação da terra. Aprendi, acreditei e convivo com a revelação científica que explica a transformação dos meus dias em noites e das minhas noites em dias. Simples assim.

Mas tudo tem um preço nessa vida. A velocidade dos deslocamentos modernos transformou os efeitos imperceptíveis do movimento de rotação em algo devastador para os viajantes e até ganhou um nome: jet lag.

Soma-se o cansaço e a expectativa da viagem aos efeitos da diferença do fuso horário: a cabeça gira, o corpo dói e o organismo grita:  – “Você está louco? Porque está comendo na hora de dormir e querendo dormir na hora de acordar?”

Essa é a luta que a maioria dos viajantes internacionais modernos enfrentam no início (e no fim) de toda jornada, torcendo para que o relógio biológico se adapte rapidamente ao novo fuso e que o tão precioso tempo no exterior seja bem aproveitado.

Hoje foi justamente assim. É a minha segunda noite na Ásia e quando, finalmente, consegui dormir, o som de uma mesquita invadiu meu sono sem pedir licença. Decidi parar de brigar com meu próprio organismo e forçá-lo a fazer algo que ele insiste em dizer que não está na hora de fazer. Ajoelhei para orar e que momento precioso! Além de tudo, descobri o outro lado do jet lag: é magnifico orar de madrugada sem ter um pingo de sono!

Estou feliz. Na próxima noite dessa viagem missionária, ao invés de temer o efeito insone do jet lag vou utilizá-lo como aliado da intercessão. Um passo da história está resolvido. Agora, é pedir graça para enfrentar o dia intenso da viagem. Minha esperança vem da promessa feita em Isaias 40.29: “O Senhor dá força ao cansado e aumenta as forças de quem não tem nenhum vigor”. Amanhã eu conto como foi o lado diurno do efeito jet lag.   

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